Pista 1
Entenda a proposta de redação
“A partir da leitura dos textos
motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta da língua
portuguesa sobre o tema xxxx apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.”
Vamos por partes
1. O que são textos motivadores?
É ajudinha que a banca oferece
aos candidatos. São citações, parágrafos, gráficos, charges, quadrinhos que têm
duas funções. Uma: avivar a memória da moçada. A outra: mandar pras cucuias a
desculpa da falta de assunto. Eles fornecem informações que podem ser
organizadas e aproveitadas na redação.
2. Pode-se copiar o texto ou
parte do texto motivador?
Nãoooooooo. Xô, cópia! Mas você
pode referi-lo na redação. Pode, também, aproveitar a ideia, mas exprimi-la de
outro jeito. Lembre-se: a língua é um sistema de possibilidades. Escolha uma
diferente da apresentada.
3. Quais são os “conhecimentos
com base na sua formação”?
Todos. Ao longo da vida, nós
conversamos com tanta gente, fizemos tantas viagens curtas ou longas, vimos
tantos filmes, lemos tantos livros, tantos jornais, tantas revistas e tantas
apostilas, navegamos tanto na internet, jogamos tantos games, assistimos a
tantos programas de televisão, ouvimos tantas músicas, aprendemos tantas
expressões, estivemos presentes em tantas aulas, respondemos a tantos desafios…
Ufa! Temos experiência para dar, vender e emprestar. Todas são bem-vindas na
hora de argumentar.
4. Que é “texto
dissertativo-argumentativo”?
Trata-se de texto que defende um
ponto de vista. O primeiro passo é ter o ponto de vista. Se o tema, por
exemplo, for a descriminação da maconha, você precisa tomar posição.
Pergunte-se com todas as letras: sou a favor ou contra a legalização da erva?
Se sou a favor, tenho de dizer por quê. Se contra, também tenho de justificar.
Aí entram os textos motivadores.
Eles não respondem à questão, mas dão pistas para a resposta. Entram, também,
os conhecimentos acumulados ao longo da vida. Faça uma listinha deles. Depois,
selecione os mais adequados ao objetivo que você quer alcançar. ( (Nas próximas
colunas, vamos fazer o plano do texto).
5. O que se entende por norma
culta da língua portuguesa?
Olho vivo! Muitos pensam que é
língua difícil, que ninguém entende. Bobeiam. Norma culta é a que aprendemos na
escola. Ela respeita concordâncias, regências, colocação de pronomes,
pontuação. E por aí vai. Use as palavras do dia a dia. Deixe as gírias e as
abreviações da internet pra lá. Escreva a língua que você lê em jornais,
revistas, apostilas, livros.
6. Que é “proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos”?
Ops! Convoque quem pode resolver
ou ajudar a resolver o problema — a família, a polícia, a igreja, o governo, a
Justiça, o Congresso, os meios de comunicação. Diga o que pode ser feito. Com
um cuidado: respeite sempre os direitos humanos. Não peça que a família
abandone os filhos, quea polícia espanque, que a Igreja excomungue, que o
governo discrimine, que a escola deseduque, que os meios de comunicação preguem
a violência contra este ou aquele grupo, esta ou aquela etnia.
Leitor pergunta
Depois de uma frase encerrada com
dois-pontos, como saber se o início da frase seguinte pede inicial maiúscula ou
minúscula?
Antonio David, BH
Olho no que vem depois dos
dois-pontos:
1. Se for enumeração, letra
minúscula: Na feira, comprei várias frutas: maçã, pera, uva, laranja, morango e
ameixa.
2. Se for citação ou diálogo,
letra maiúscula:
Fernando Pessoa escreveu: “Tudo
vale a pena se a alma não é pequena”.
“Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu Branco?
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa
pedir licença.” (Manuel Bandeira).