Antônia Marina Faleiros precisou lutar muito para alcançar seus objetivos, se tornar juíza e fazer aquilo que gosta. Criada no interior de Minas Gerais, Antônia se acostumou a trabalhar desde muito jovem, plantando e vendendo verduras, para poder ajudar a família. Dos 14 aos 17 anos, cortava cana durante o dia e estudava à luz de lamparina durante à noite.
Ela só foi conhecer luz elétrica quando se mudou para Belo Horizonte, para trabalhar como empregada doméstica. Sua patroa não sabia que ela não tinha onde morar e Antônia passava as noites em um ponto de ônibus movimentado, fingindo que esperava por uma condução que nunca viria. Essa foi sua realidade durante 8 meses, até o dia em que uma senhora percebeu o drama de Antônia e ofereceu um lugar para ela morar. Tamanha generosidade teve um efeito enorme sobre Antônia, durante toda a sua trajetória de superação: "Isso me marcou tanto, que eu tenho por princípio não trancar portas na minha casa, porque um dia alguém abriu uma porta pra mim".